[Resenha] Terras Metálicas
4.5.14Escrito pelo brasileiro Renato C. Nonato, com 616 páginas e publicado no Brasil pela Novo Século
"De que adianta subir a escada em direção ao futuro, se não soubermos
de que andar estamos saindo?"
de que andar estamos saindo?"
A teimosa Raquel é uma habitante da Esfera, uma atmosfera isolada e artificial que mantem a continuidade da vida humana numa Terra destruída pela radiação da Última Guerra. Prestes a completar 13 anos, a única preocupação da menina é com a cerimônia do implante, um rito por qual passam todos os estudantes recém-formados e que dirá, por meio da implantação de um chip que reagirá de acordo com a pré-disposição do implantado, qual habilidade a pessoa passará a dominar e, em consequência, qual será o seu emprego e o seu papel na sociedade.
De acordo com as habilidades, os habitantes da Esfera são divididos em cinco grupos: Túneis, Bios, Antenas, Exilados e Sibérios. Eles vivem harmoniosamente e confiam no sistema que os mantêm vivo. O problema é que chega aos ouvidos de Raquel que o mainframe da Esfera está com defeito e isso pode ameaçar toda a vida na Esfera, ou seja, toda a vida humana. Então, para evitar uma catástrofe, a impetuosa Raquel, seus amigos e seus tashis, vão tentar a todo custo resolver esse problema, mesmo que para isso eles tenham de enfrentar muitos mistérios e lidar com os rebeldes - e as explosões - da Facção.
"Túneis movem objetos a distância, Antenas controlam a mente, Bios controlam o corpo, Sibérios fazem as coisas esquentarem ou esfriarem, e os Exilados... Bem, eles não fazem nada." [pág. 37]
Terras Metálicas é um daqueles livros completos. Com ele você ri, você se emociona, você rói as unhas e assim por diante. E isso acontece principalmente por conta do carisma e das personalidades diferentes dos personagens e de seus tashis (pequenas esferas metálicas flutuantes que funcionam como amigos virtuais, mas que são tão humanos quanto qualquer outro personagem). O autor fez um trabalho incrível na criação das personalidades, de forma que é impossível não se identificar com pelo menos um deles e não querer acompanhá-lo ansiosamente até o fim do livro. Além disso, apesar da Raquel ser a principal, outras personagens (Isabela, Ângelo ♥, Tales...) recebem um papel e um destaque importante na história, como num jogo de xadrez ou castelo de cartas; todos têm a sua importância, até o menor deles.
"- Que identidade nós temos, Raquel? - Isabela perguntou com um pesar tão denso que se Raquel esticasse os dedos poderia tocá-lo. - O que sabemos sobre nós mesmos além de que somos frutos de uma civilização incompetente a ponto de se matar numa guerra? E mais importante: se não sabemos o que levou a essa guerra como podemos evitar o mesmo erro, já que não fazemos nada além de seguir os mesmos passos deles? Como eu poso negar que tudo, talvez, não tenha começado em um baile como este?
- A história se repete... - Raquel disse ao acaso, uma frase que já ouvira o pai dizer." [pág. 345]
"- Você pode ser um Bio, mas ainda é um novato. Você não sabe fortificar o seu corpo.
- Pode ser, mas aprendi hoje que no desespero sou capaz de fazer qualquer coisa." [pág. 253]
As cenas de aventura e ação também são bem construídas, e todo o envolvimento com a tecnologia e com a temática do futuro é narrado e explicado de uma forma convincente, que nos deixa com aquele gostinho de "Chega logo, futuro! Eu quero um tashi!!". Em relação à comédia, o livro é nota 10. Aprendi muitos novos foras e ironias com o grupo da Raquel, e, falando nisso, a maioria dos personagens são crianças, então, quanto ao romance, não espere nada muito adulto. Mas foi tão tão tão bonitinho ver de novo aquele apaixonar delicado e aquela insegurança, muito comuns na pré-adolescência! Sem falar na friendzone!
Enfim, Terras Metálicas é um livro excelente. Ele superou muito as minhas expectativas, e mesmo que eu tenha xingado muito no início (após a cerimônia do implante), depois no final o autor me presenteou com uma grata surpresa! Mas, um alerta para quem se interessar pela história: o Renato não teve pressa na narração, e isso não quer dizer que o livro seja muito descritivo, mas sim que ele tem muitas cenas, e são cenas que vão intercalar muitas vezes ação com diálogos mais calmos, estudos na Academia e brincadeiras entre os amigos... Então, não leia com pressa. Desfrute. Desfrute tudo que as 616 páginas têm a oferecer, como, por exemplo, cada lição de amizade, fragilidade, primeiras impressões, ambição e, principalmente, diferenças. Recomendo muito!
- Pode ser, mas aprendi hoje que no desespero sou capaz de fazer qualquer coisa." [pág. 253]
As cenas de aventura e ação também são bem construídas, e todo o envolvimento com a tecnologia e com a temática do futuro é narrado e explicado de uma forma convincente, que nos deixa com aquele gostinho de "Chega logo, futuro! Eu quero um tashi!!". Em relação à comédia, o livro é nota 10. Aprendi muitos novos foras e ironias com o grupo da Raquel, e, falando nisso, a maioria dos personagens são crianças, então, quanto ao romance, não espere nada muito adulto. Mas foi tão tão tão bonitinho ver de novo aquele apaixonar delicado e aquela insegurança, muito comuns na pré-adolescência! Sem falar na friendzone!
Enfim, Terras Metálicas é um livro excelente. Ele superou muito as minhas expectativas, e mesmo que eu tenha xingado muito no início (após a cerimônia do implante), depois no final o autor me presenteou com uma grata surpresa! Mas, um alerta para quem se interessar pela história: o Renato não teve pressa na narração, e isso não quer dizer que o livro seja muito descritivo, mas sim que ele tem muitas cenas, e são cenas que vão intercalar muitas vezes ação com diálogos mais calmos, estudos na Academia e brincadeiras entre os amigos... Então, não leia com pressa. Desfrute. Desfrute tudo que as 616 páginas têm a oferecer, como, por exemplo, cada lição de amizade, fragilidade, primeiras impressões, ambição e, principalmente, diferenças. Recomendo muito!
17 Bilhetes
"Aprendi muitos novos foras e ironias com o grupo da Raquel" +__+
ResponderExcluir#Perigo
hahaha Vou correr para ler esse livro. O Renato escreve muito bem pelo o que eu já li dele no Recanto Das Letras, e tinha lido um pouco desse livro, adorei a narrativa e queria continuar o quanto antes. É muito bom saber que você curtiu. Essa ideia de dividir as pessoas de acordo com as habilidades chama muito atenção, hoje mesmo isso já acontece, e o tanto que vemos isso nos livros do futuro aposto que ainda vai acontecer. Certeza!!
Suas resenhas sempre ficam perfeitas, Ane!!! Suas fotos são incríveis.
Então, agora, é esperar para eu ler.
Abraços,
||TERRA DE FAGULHAS
muahahahaha...
ExcluirAh, acho que você vai gostar muito, então! Ai, eu não queria que acontecesse não :x Sei que é extremamente comum nos livros distópicos mais recentes, mas nenhum futuro imaginado por eles me agradou até agora (Terras Metálicas é o mais próximo)!
Oba! Obrigada! Boa leitura, Mike! :D
Adoro essas fotos que você coloca aqui...
ResponderExcluirComo eu queria ter essa facilidade para fotos...rs
Não conhecia o livro e fiquei com vontade de ler!
O fato de você recomendar já me empolga.
E a resenha falando que o livro é completo, mas que precisa de uma atenção e um desfrute maior... me faz pensar em lê-lo só nas férias mesmo.
Ainda bem que as férias logo chegarão!! :)
Bjs, Lu
http://resenhasdalu.blogspot.com.br/
Obrigada, Lu! Confesso para você que não tinha experiência nenhuma para fazer essas fotos no começo, e ainda hoje procuro não ousar muito! Mas, com você praticando, acaba pegando jeito da coisa! :)
ExcluirÉ, Lu. Leia nas férias, é uma boa. Primeiro porque o livro é grande e você vai saber aproveitar mais as cenas mais calmas! E vai rir muito! \o/
Beijos!
Eu estou tão ansioso para ler esse livro, tenho ele aqui em casa e não vejo a hora de poder começa-lo.
ResponderExcluirAcho que essa será uma leitura fantástica :P
Beijos, Carlos.
http://blogchuvadeletras.blogspot.com.br/
Será, sim! Vou ficar torcendo aqui para você gostar!
ExcluirBeijos!
Eu quero esse livro!
ResponderExcluirAmei cada frase que você colocou no post...
Não conhecia, mas amo livros desse gênero, mesmo os adolescentes.
bjs
Francine! <3 Tenta parceria com o Renato! Se você gosta do gênero e quer uma distopia menos agressiva e mais divertida, "Terras Metálicas" é perfeito para você!
ExcluirBeijos!
Oi Tici, fazia tempo que um livro de um escritor brasileiro não me interessava tanto, não sei por que mas lendo a resenha me veio a cabeça Divergente! mas curti bem a vibe futurista. Como sempre suas resenhas são super detalhadas e completas impossível não tem uma visão ampla do que se trata, amei a capa e as cores também do livro.
ResponderExcluirBeijos
Joi Cardoso
Estante Diagonal
Sim, sim, provavelmente pela divisão da sociedade em grupos! Mas ô, o Renato não é tão cruel quando a Verônica Roth não :3
ExcluirMuito obrigada, Joi! <3 Muito feliz em saber que se interessou pela história!
Oi! Já tinha ouvido falar desse livro e até criei um certo interesse nele, mas depois que fui pesquisar sobre o que se tratava, me vi muito decepcionada, eu esperava que fosse algo completamente diferente.
ResponderExcluirPode ser que se um dia eu tenha a oportunidade de lê-lo eu até goste, mas agora, minhas expectativas são bem baixas.
http://www.whoisllara.com/
Poxa, que pena! :( Talvez distopia não seja o seu gênero predileto, mas se encontrar o livro por aí. dê uma chance, tenho certeza de que pelo menos muita vontade de ter um tashi você vai ter! :) Beijos!
ExcluirQuero quero quero quero! Que pena que muitos autores brasileiros não lançam em Portugal :(
ResponderExcluirVocê fez uma resenha tão detalhada, que foi impossível não me apaixonar e não querer esse livro!
Beijinhos **
http://prologuesepilogues.blogspot.com/
Pois é, Míriam :( E não é nem por escolha deles, é que aqui no Brasil a nova literatura nacional ainda é muito desvalorizada! Mas um dia isso vai mudar! \o/
ExcluirMuito obrigada! Beijos <3
Ticilinda minha linda, parei tudo e agora vou conferir a resenha do livro que tirou seu sono e me deixou muito curiosa! *--*
ResponderExcluirAdoro histórias que acontecem em um futuro distante e tem aquele toque de drama, e da pra sentir principalmente a tensão da Raquel com todo esse ritual e de repente sua vida estar pré determinada por causa de um chip, até me causa arrepios aqui. Pressenti que algo estava prestes a acontecer, mas admiro a Raquel pela força e determinação e principalmente a coragem dela de sair assim, pro desconhecido!
A.M.E.I. os Tashis, imagina se nós duas tivéssemos?! *--* eu ia te chamar o dia todo, ia fica lá "Ticilindaaa... Ticilindaa... TICILINDAAAA" SIUHDSIUADIUHSAD você até ia esconder no meio das roupas!
Mas como você me contou, a história é intensa e promete muitas coisas e com certeza eu vou ler o livro, porque adoro histórias assim e pelo tamanho do livro, aposto que tem muitas coisas guardadas, não me conta ta? <3
Beijos minha linda!
A Raquel realmente é uma personagem muito determinada, eu estaria igualmente ansiosa pela cerimônia. Fiquei muito feliz em ver como o Renato soube narrar sob a perspectiva de crianças, eu voltei à minha infância em várias cenas do livro!
ExcluirHUSAHSUHAUHSAUHSA SIM, cadê os nossos tashis, cadê???
Conto, não, pode deixar! Amei sei comentário como sempre, mon amour! Muito obrigada!
xoxo
Oiee ^^
ResponderExcluirEstou doooida para ler este livro! Já ouvi falarem tãão bem dele que estou quase explodindo de curiosidade *-*
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br