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Reboot - Feito Poesia

Reboot

16.4.15


REBOOT
Reboot

Escrito pela estadunidense Amy Tintera, com 352 páginas e publicado no Brasil em 2015 pela Galera Record.

Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto, que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar.



Logo no primeiro momento que bati o olho na sinopse de Reboot senti aquela atração inexplicável que faz a gente querer ler um livro sem nem mesmo buscar nenhuma referência. Talvez porque gosto bastante de histórias envolvendo o futuro, e tinha também todo aquele ar mórbido de uma protagonista que passou 178 minutos morta antes de ressuscitar. Detalhe: mais forte e menos humana. Com tudo isso, achei que Reboot tivesse ousado ao apostar na originalidade, mas, se por um lado o livro tenha, sim, o seu quê de originalidade, por outro ele acaba seguindo a mesma fórmula que rege as novas distopias literárias.



A história se passa no Texas, onde o vírus KDH levou milhares à morte. Em alguns casos, porém, o mesmo vírus funciona de outra forma, fazendo com que a pessoa passe por uma reinicialização após morrer. Estes são os reboots, pessoas mais ágeis e mais fortes que os humanos e que são controlados pela CRAH para servir aos duvidáveis propósitos deles. Uma vez nas instalações da CRAH, os reboots impõem uma classificação entre eles mesmos de acordo com o tempo que passaram mortos antes de ressuscitar.

Os 120+ são mais temidos e menos sensíveis, e no topo deles está Wren Conolly, uma 178. Wren morreu aos 12 anos e, antes de ser levada pela CRAH, morava numa favela com os seus pais constantemente sob o efeito de drogas pesadas. Assim, Wren enxerga sua morte mais como uma dádiva, e por isso nunca se rebelou, seguindo sempre as regras dos controladores à risca. Só que com a chegada de um rapaz que passou apenas 22 minutos morto e com sua amiga Ever apresentando estranhos sinais de agressividade, Wren começa a se permitir enxergar a realidade em que ela vive de uma forma mais questionadora. 



Até aí há elementos presentes em várias distopias que a gente já viu, mas com aquela disfarçada básica na aparência; divisão de classes, cenário pós-guerra/apocalíptico, sistema opressor, um grupo rebelde... Isso não é de fato um problema. Na verdade, o meu problema com Reboot foi que as partes nas quais ele seria mais original acabaram sendo as que eu menos gostei. Uma delas foi a reinicialização. O que era para ser novo e diferente, depois indiretamente começou a se parecer muito com a temática zumbi. E a outra foi a dinâmica do casal protagonista. 

Pois, saindo do clichê, no romance há uma inversão: o lado mais forte é o feminino, não o masculino. É a Wren que se sai melhor nas batalhas, é a Wren que toma a liderança nas mais perigosas situações. Isso é muito bom, adoro protagonistas espirituosas e que saibam se virar sozinha. Só que ao colocar a Wren ao lado do Callum, o 22, a coisa para mim parou de funcionar. Os dois eram muito opostos; ela muito fria, ele muito humano, às vezes até bobo. Ela muito forte, ele precisando ser salvo. Não vi equilíbrio nesse romance, e ainda assim é ele que carrega o livro todo. Retire o romance e Reboot perde o fluxo de continuidade, porque tudo, tudo que a Wren faz é relacionado ao bem-estar do Callum.



Ainda assim, este não é um livro extremamente romântico. Há mais cenas de perseguição/fuga e algumas mortes do que cenas românticas. Por outro lado, a ênfase está toda em cima do casal protagonista, e bons personagens secundários só aparecem do meio pro final (que deixa um gancho para uma continuação). Vejo Reboot como um daqueles livros que você precisa se conectar com os personagens principais para gostar, porque não tem outros melhores para se apegar, nem mesmo um vilão. 

Eu não me conectei, e a minha leitura foi lenta do início ao fim. Mas isso não quer dizer que a mesma coisa aconteça com você; aliás, tem resenhas bem positivas no Skoob sobre esse livro. Acho então que essa história poderá ser agradável para quem já curte distopias românticas com o lado masculino puxando mais para o sensível e quer ver um pouco de ação também :) 

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14 Bilhetes

  1. Oche, bem interessante. A sinopse e sua resenha. Já tá na minha lista!

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  2. Eu estava louca pra ler esse livro. Quando eu o vi pela primeira vez achei que ele seria muito bom mesmo, começando pelo título que já deixou minha mente em um frenesi. Mas depois da resenha, a empolgação foi pro lixo, junto com toda a vontade que eu estava de lê-lo. Não entendo porque que toda história precisa ter um romance, na minha opinião, as melhores histórias não tem romance algum.

    Beijos

    http://coracao-de-leitora.blogspot.com.br/

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  3. Ticilinda <3 Agradecendo a Deus por ter você na minha vida pra me tirar dessas enrascadas ueheuheuh eu também fui instantaneamente cativada pela sinopse de Rebbot, sem falar que amei a capa. Pensei que provavelmente encontraria elementos já clichês quando se trata de distopias, mas pensei que a proposta se matéria original, como você disse inicialmente. Mas, realmente, o modo como você desenvolve a resenha deixa claro que a história talvez tenha sido mal trabalhada. Eu até curto um romance a mais nesses livros, mas o modo como ele se desenvolve não faz muito meu estilo. Gosto mesmo quando os dois são badass, tipo Tris e Quatro <3
    Enfim, ser uma série me desanimou mais ainda, soltei um grande AFFF nesse momento rs Não vou descartar a possibilidade de ler, mas com certeza não vai ser prioridade.
    Beijos e parabéns pela resenha e pelas fotos. Agora quero café hehehe <3
    Debora.
    http://vanille-vie.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Essa capa é sensacional, mostra muito do livro, ainda mais com esse vermelho que parece sangue! *o* Pois é, eu acho que tem que ter um equilíbrio no romance, tanto na vida real como nos livros. Reboot me deu a sensação de que houve apenas uma inversão de papéis, mas ainda assim com aquele tom de que alguém indefeso precisa ser salvo... :/ xx

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  4. Oi Tici!
    Distopia não é exatamente o meu gênero predileto, mas percebo que falta inovação quanto a abordagem das narrativas. Apesar de ter uma premissa interessante não sei se leria Reboot. Primeiro por não ser fã do gênero e depois porque você destacou aspectos importantes para o envolvimento com uma história e que nesse deixaram a desejar.

    Beijos
    Espero sua visita =)
    http://numrelicario.blogspot.com.br/

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  5. Achei uma história interessante, mas não me cativou. Adoro suas resenhas <3

    Beijos,
    www.destemidagarota.com

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  6. Estava até empolgada Mas tô sem vontade agora kkkk
    Tô dando um tempo nas distopias por conta disso
    São bem parecidas, claro, por conta do tema, mas aí só penso em Jogos Vorazes afff fazer o que né?!

    Um dia, quem sabe, eu dê uma chance! :)
    http://rascunhosehistorias.blogspot.com.br/

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  7. Adorei a resenha, amiga. Apesar de que esse livro me remeteu à Androides sonham com ovelhas elétricas (Blade Runner). Acho que foi por causa da coisa de ser reiniciado. Mas parece ser interessante.

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  8. Aaaaah, não posso deixar de conferir essa história. Estamos acostumadas a ver a mocinha sendo salva com um mocinho preocupado tipo Bella e Eduard, quando vem o contrario eu, feminista que sou, já fico cheia de esperanças... Gosto de protagonistas empoderadas! Acho que as adolescentes, publico alvo desses livros, precisam ser apresentadas também pela l iteratura a diversos modelos de feminilidade...

    Apesar da história parecer clichê, por essa inversão de papeis, preciso conferir!

    Cheros, Pandora
    O que tem na nossa estante

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  9. Oi, Tici! Adoro distopias, essa luta contra um governo e a garra em geral me cativam. Não conhecia "Reboot" mas fiquei MUIIITO interessada nele, apesar de não ser tão inovador como você citou. Se encontrá-lo na livraria, compro na certa <3 Excelente resenha.

    Beijo

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  10. Adorei a resenha e o conteúdo do livro. Gostei justamente pelo fato de não ser exatamente romântico, mas de buscar elementos diferenciados para atrair o leitor.
    Fiquei muito interessada em ler e já marquei no skoob como desejado rs

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  11. Olá, Tici.
    Eu já solicitei alguns livros da Galera que tive o mesmo problema de ritmo de leitura, já fiz tanto isso que, hoje em dia, meio que sei quando um livro da editora vai me agradar ou não, apesar de errar às vezes. Tive essa sensação com essa obra e estava certa O.o
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  12. Que linda essa capa! adorei! (Além da história, claro ;))
    bjs
    http://www.vicioemlivros.com/

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  13. Tici, não sei se o livro me envolveria totalmente, acho que demoraria um pouco para ler, mas mais por afinidade mesmo! Já a Bel do blog, tenho certeza que é bem o estilo dela, vou passar teu link para ela ler esta resenha!

    Beijos,
    Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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