O Diário de Anne Frank
4.3.15
Het Achterhuis, Dagboekbrieven 14 juni 1942 - 1 augustus 1944
Edição definitiva por Otto H. Frank e Mirjam Pressler, com 352 páginas e publicado no Brasil em 2015 pela Editora Record.
A edição brochura de "O Diário de Anne Frank" está de roupa nova. O depoimento da pequena Anne Frank, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã, ainda hoje emociona leitores no mundo inteiro. Seu diário narra os sentimentos, os medos e as pequenas alegrias de uma menina judia que, como sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto. Lançado em 1947, "O Diário de Anne Frank" tornou-se um dos livros mais lidos do mundo. O relato tocante e impressionante das atrocidades e dos horrores cometidos contra os judeus faz deste livro um precioso documento e uma das obras mais importantes do século XX.
O Diário de Anne Frank é um dos relatos mais famosos sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial, e talvez tenha sido por isso que eu tenha sempre associado o seu conteúdo a algo mais genérico e detalhista, adiando tanto a leitura desse clássico. Nunca poderia imaginar o quanto da pequena e admirável Anne teria ali, e o quanto ela se manteria fiel a si mesma, mesmo em meio a tantas decepções e desilusões.
O diário começa no dia 14 de junho de 42 e Anne apresenta alguns detalhes da sua vida (seus amigos, como ganhou o diário etc.) até decidir que se sente mais confortável vendo o seu diário como uma amiga e passa a chamá-lo de Kitty. Anne leva uma vida agradável e popular até sua irmã, Margot, receber uma notificação da SS, o que leva a família Frank a procurar um esconderijo para ficar até o fim da guerra.
O lugar escolhido fica no prédio onde trabalhava o pai de Anne, um conjunto de três andares mais o sótão que foi chamado de Anexo Secreto. Mais tarde, juntam-se à família Frank, os Van Daan (Petronella, Hermann e Peter) e o Sr. Dussel, totalizando as oito pessoas que durante mais de dois anos dividiram brigas, medos e esperanças, sem nunca poder colocar os pés para fora do esconderijo.
Confesso que achava que as páginas de O Diário de Anne Frank seriam em sua maioria preenchidas por relatos de dias sem se alimentar direito ou bombardeios perto do esconderijo e, apesar de haver sim menções a essas dificuldades, a Anne preferiu focar a sua escrita em questões mais profundas e universais, tais como a relação tênue entre amor e ódio, família, aceitação, independência, o eu interior incompreendido e, claro, guerra e violência. São levantamentos atemporais, que, mais de 70 anos depois daquele fatídico 1º de agosto, ainda conseguem emocionar e causar identificação mesmo em quem nunca se viu de frente com uma guerra.
Anne se abriu para Kitty de todo o coração, totalmente sincera, reconhecendo suas qualidades e seus defeitos. Mostrou que não é toda a situação ruim e caótica que leva o ser humano ao seu "estado de natureza". Provou o contrário ao não desistir da beleza das pequenas coisas e, enquanto amadurecia, aceitava as mudanças que ocorriam com ela mesma, mas sempre tentando ser uma pessoa melhor.
No decorrer das 350 páginas, vemos a Anne mimada, a Anne deprimida, a Anne apaixonada, a Anne injusta, mas sempre com um pensamento à frente do seu tempo. Ela confiava nos seus sonhos e ia atrás deles. E todo esse esforço não foi em vão... Anne Frank escreveu o seu nome na História (que ela tanto amava) e na Literatura de uma maneira que nunca poderia imaginar.
Recomendo muito O Diário de Anne Frank, para os aficionados pelo gênero e principalmente para quem procura livros que exalam sabedoria e humanidade. É uma leitura para te deixar com o coração apertado na maior parte do tempo, por todas as questões que envolvem ser judeu numa Europa praticamente dominada pelos nazistas. Então não leia com pressa, desfrute! Ao não se esconder de si mesma, Anne Frank lutou tanto quanto quem estava nas linhas de frente e a sua mensagem é bela, verdadeira e imortal.
"Nesses momentos, não penso na infelicidade, e sim na beleza que permanece. É nisso que eu e mamãe somos muito diferentes. Seu conselho diante da melancolia é: 'Pense em todo o sofrimento que há no mundo e agradeça por não fazer parte dele.' Meu conselho é: 'Saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao redor, e seja feliz.'" [pág. 221]
14 Bilhetes
Eu quero muito ler este livro, mas quero ler as outras edições.
ResponderExcluirSei muito pouco sobre a história da Anne Frank infelizmente, quero ler este livro há anos, mas, nossa, os preços estão absurdos :'(
Ah estou seguindo o blog, achei lindo demais. Te convido a fazer o mesmo.
Fico grata desde já!
Bjuus!
http://livrosseriesecitacoes.blogspot.com
Esse livro é um que eu preciso ler. Eu amo histórias de guerra e já li vários sobre, mas nunca li O Diário, apesar de estar na minha lista do Skoob.
ResponderExcluirÓtima resenha, Tici.
Beijos,
Belle Hendges
Estou com ele aqui em casa! Já vou começar!
ResponderExcluirBeijos, Ana do dia ♥
Espero que goste, Ana! :D xx
ExcluirOi Tici, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirAntes de mais nada, preciso falar: você escreve tão bem. A cada resenha eu fico mais impressionada. É sério, você deveria investir nesse talento, poderia ser escritora ou alguma outra profissão relacionada. Eu realmente espero que se especialize.
Esse tema é muito duro, é muito sofrido, para mim e acredito que para todos. Não importa quantos anos se passaram, acho que é uma ferida que sempre ficará aberta. O pior é que não aprendemos nada. Ainda estamos em guerra. Por isso, a importância de livros como esse. Eu fiquei surpresa, porque também não imaginava que a história desse diário fosse essa. Mas no fim, acho que isso o torna até mais especial. Eu quero comprar aquela edição de capa dura, que está lindíssima. Vou ler com certeza. Nem preciso dizer o quanto adorei sua resenha.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Cila! <3 Que comentário mais lindo! *-* Muito obrigada pelos elogios! Eu estudo Comunicação então de certa forma estou envolvida com a escrita, mas ser escritora é um sonho meu desde criancinha, só me falta a obra rs
ExcluirO que você disse sobre o estado interminável de guerra, a Anne aborda em um dos seus dias no esconderijo e o que ela fala é sensacional! Você e a Anne se daria muito bem, são duas mulheres inteligentes, então leia, sim, quando puder! <3 xx
Uma resenha do meu livro preferido! ♥♥♥♥ Parabéns, você resenhou muito bem! Beijos.
ResponderExcluirBlog Segura-me
É seu livro preferido?! *o* Abraça (>*-*)>
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirO diário de Anne é um livro que todos deveriam ler. É lindo, tocante, triste e romântico.
xoxo ♪ Acordes Coloridos
Ola, Tici! Resenha linda de uma pessoas linda. Nada mais justo <3
ResponderExcluirTu já sabe o quanto amo esse livro, na verdade amo tudo relacionada a Segunda Guerra. E adoro o Diário de Anne Frank por ser uma visão diferente, nada dos horrores do retrato do front de guerra, mas sim como um evento horrível mundialmente afeta a vida das pessoas e com os relatos detalhados da Anne sabemos o que ela viveu e teve que suportar intimamente! Enquanto lia sua resenha, acabei me lembrando do Sr. Dussel e como ele era CHATOOO rs. E isso até me fez rir e no final comecei a chorar com o quote que você escolheu porque ele representa tão bem o que a Anne lutou por todos esses anos: tentar ser feliz mesmo que a situação não fosse nem um pouco favorável a isso, e é por isso que ela é uma grande inspiração pra mim! Já te indiquei o Diário de Nina, mas tenho outro pra te indicar. Não sei se você curte livros que relatam o que acontecia nos campos de concentração, mas "O Sobrevivente: Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz" relata tudo de um jeito muito próximo e é um livro que também me marcou muito e que chorei desde a primeira linha até a última, SEM PARAR. Sei que é difícil de acreditar, mas só lendo pra entender!
Beijão, sua linda <3
http://vanille-vie.blogspot.com.br/
Vem cá, Debs, abraça (>*-*)>
ExcluirSiiiim, as pessoas abordam a Segunda Guerra Mundial quase sempre pelo lado das grandes batalhas, mas esquecem que praticamente todas as famílias foram de alguma forma afetadas.
Deeeeeeeeeeebora, eu assisti uma vez uma palestra do Aleksander falando sobre Auschwitz e saí de lá toda molhada de tanto chorar, então te entendo perfeitamente! Se com algumas horinhas já provoca esse efeito, imagina o livro! ç_ç
xx
Eu quero muito ler esse livro :(
ResponderExcluirhttp://dictomia.blogspot.com.br/2015/03/como-reconquistar-seu-ex.html
Eu fui uma adolescente estranha e as vezes solitária a Anne foi minha amiga nesses tempos... Me identificava com os temas que ela abordou em seu diário e sempre fico nostálgica quando leio alguma resenha sobre ele e estranhamente nos últimos tempos tenho lido muitas resenhas... A sua, para não variar, foi sensível e me fez ter vontade de reler o livro, de me reencontrar com essa amiga que depois de mais de uma década já é de longa data!
ResponderExcluirPandora
O que tem na nossa estante
Esse livro é maravilhoso, né? Tive a oportunidade de ir na casa dela na Holanda, e me emocionei ainda mais. Por mais que, se fosse eu, não gostaria que meu pai publicasse meu diário (meu deus, que vergonha!), agradeço de ele ter sido publicado. Influencia cada pessoa de uma maneira pessoal, eu acho. Beijos, Jú
ResponderExcluirdocurailusoria.blogspot.com